A segunda sessão da tarde do dia 21 de novembro, segundo dia do congresso, foi apresentada pela professora da Universidade de Coimbra, Inês Amaral, que analisou o funcionamento dos algoritmos e as suas consequências sociais e digitais. 

Segundo a professora, “o algoritmo não só define o agenda-setting do dia, como escolhe as opções de enquadramento que devem ser privilegiadas”, quantificando o passado, determinando comportamentos e provocando reações.

É através do algoritmo que o grande volume de dados que geramos é manipulado, sendo o exemplo mais simples a geração de notificações com sugestões pessoais para cada utilizador do digital.

A oradora explicou como a desinformação é também um produto do algoritmo, uma vez que o mesmo funciona como gatekeeper, sendo um determinante do conteúdo e da forma como as pessoas se envolvem umas com as outras e com determinadas causas.

Baseando-se, especialmente, no engagement que cada conteúdo recebe, o algoritmo vê mais interesse no que se torna mais visualizado e viral, levando ao que Inês chamou de opacidade algorítmica.

Ela referiu que com a falta de transparência, a liberdade de expressão fica comprometida e são criadas desigualdades raciais, sociais, de género e uma diferença significativa na informação apresentada em diferentes territórios.

Consoante o conteúdo que tem mais visibilidade, moldam-se as prioridades políticas e públicas da sociedade, e consequentemente, acabam por ser feitas más decisões por parte dos utilizadores que são expostos a conteúdos de carácter populista.

Inês Ribeiro, 2o. ano licenciatura CC